segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Volta aqui!

E lá vai ele fugindo!
Novembro se foi.
Dezembro corre e escorrega.
Mais um pouquinho e o danado some.

Vamos começar tudo de novo,
tudo novo e tão igual.
No relógio digital o tempo passa e já não faz mais barulho,
E quando acordo, o hoje tem cheiro de ontem.

Nesse espaço carnal que habito, a tristeza quase grita.
Mas não! não quero que o tempo volte.
Que vá o Natal e venha o carnaval!
Afinal tudo é festa e fantasia.

E, quem sabe?
Qualquer dia, eu encontre a alegria.
Quem sabe? pode estar perdida
numa folha qualquer desse novo calendário.

sábado, 29 de outubro de 2011

De vez em quando

De vez em quando, mesmo longe, eu sinto o cheiro do mar.
Mas só de vez em quando.
Em pequenas ondas.
Como agora - em Outubro.

Mesmo longe, de vez em quando,
eu sinto o cheiro do mar.
Mas só de vez em quando.
Como em pequenos agoras
Ondas de Outubro.

Eu sinto o cheiro do mar.
De vez em quando, mesmo longe.
Agora.
Mas só em pequenas ondas.
Como Outubro de vez em quando.

Eu sinto o cheiro de ondas,
Longe como agora.
Pequenos Outubros.
Mar de vez em quando,
Mas só de vez em quando.

Agora com cheiro de longe.
Outubro.
Só de vez em quando.
Sinto pequenas ondas de cheiro de mar
Ainda de vez em quando.

Outubro,
Agora nas ondas do mar.
De vez em quando,
mas só de vez em quando
Ainda sinto, longe, pequeno, teu cheiro.

sábado, 17 de setembro de 2011

Adeus

Deixar partir quem não quer ficar.
Colocar ponto final na frase que não diz mais nada.
Dizendo assim parece tão fácil, tão simples.
E é: tanto quanto cortar os pulsos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Esvaindo

E a cada dia você se esvai um pouco.
Aqui e ali, as marcas somem.
A cada hora uma lembrança se vai.
Será isso morrer?

Não mais seu cheiro no travesseiro,
Nem seu sorriso no retrato,
Seus passos não ecoam no corredor,
Será isso morrer?

Nesse lento desaparecer
Você aqui e eu em qualquer lugar,
Morro eu, morremos nós.
Será isso viver?
 Lucia D Acri

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sem aviso foi se instalando.
Sem alarde ocupando espaços.
Sem pressa invadindo minha vida.
Sem jeito tentando me conquistar.

E eu resisto. Não sei até quando.
Talvez só até perder o medo.
Talvez só quando minha alma parar de sangrar.
Talvez nunca.

Mas, por favor, não desista.
Desconfie desse meu coração.
Ele insiste em bater descompassado.
Sem aviso, sem alarde, sem pressa e sem jeito.


 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval

Fevereiro passou em brancas nuvens e sol forte.
Eis que o batuque anuncia a folia.
As aguas de março fechando o cortejos de mestres salas.
E lá vou eu!

E fevereiro de tão curto foi-se sem barulho.
Agora o apito avisa: é hora de vestir a fantasia,
por no rosto um sorriso, no peito um tambor,
e acompanhar o bloco dos contentes.

Pois o samba convida enquanto a porta bandeira rodopia:
"Vem, vem pra folia! Que aqui tudo é mentira e é só inventar a alegria.
Vem bailarina achar o teu par, vem sol encontrar a sua lua."
E lá vou eu!

E vamos puxando o cordão, banhados em confetes, risos e mágoas.
No alto, as serpentinas se embaralham
tal qual nossas almas que, na avenida, se procuram.
E lá vou eu  - até quarta-feira!
Lucia D'Acri

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Página Virada

E janeiro finda.
Mais uma folha virada,
no passar dos dias
cansados de serem novos.

E janeiro se vai.
Leva com ele alguns dos meus planos,
Sem concretizar meus sonhos
cansados de acreditar.

E janeiro acaba.
Entrega pra fevereiro a minha esperança
que agora só tem olhos para março,
com seus dias novos ainda dourados de porvir.
               Lucia D'Acri