Por mais que eu tente evitar, ainda fico triste e sinto dor,
muita dor.
E são muitas as vezes em que ainda penso em desistir.
Minhas esperanças duram tão pouco, acabam-se a cada noite.
Meus sonhos são frágeis e se desfazem a todo momento.
Tenho enfrentado cada dia, todo dia, como paradoxos.
O sono se chega - profundo.
Promete paz, convida à eternidade, como águas tranquilas de
um mar azul.
Água que tudo lava.
Líquida, transparente, metamorfose em comunhão com o nada.
E, então, a vida grita, como um tigre que ruge.
Não há espanto, não há medo.São doces os olhos da fera.
Afago seu dorso de pelos macios.
Espero seu abraço.
E me alimento da força da criatura.
Por que animal, por que irracional, apenas é.
Não trapaceia, não finge, apenas está lá.
É isso que me faz voltar, ficar.
Por que é, por que está lá. E me chama.
Lucia D’Acri