terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Por mais que eu tente evitar, ainda fico triste e sinto dor, muita dor.
E são muitas as vezes em que ainda penso em desistir. 
Minhas esperanças duram tão pouco, acabam-se a cada noite. 
Meus sonhos são frágeis e se desfazem a todo momento.
Tenho enfrentado cada dia, todo dia, como paradoxos.
 Tão longos que me envelhecem e tão curtos que me anulam.
 E mesmo assim, me obrigo a dormir e acordar, dormir e acordar, dormir...
O sono se chega  -  profundo.
Promete paz, convida à eternidade, como águas tranquilas de um mar azul.
Água que tudo lava.
 E quase me deixo levar. 
 Tudo se faz quieto e me transformo em água-viva.
Líquida, transparente, metamorfose em comunhão com o nada.

E, então, a vida grita, como um tigre que ruge. 
Não há espanto, não há medo.São doces os olhos da fera. 
Afago seu dorso de pelos macios. 
Espero seu abraço. 
E me alimento da força da criatura. 
Por que animal, por que irracional, apenas é. 
Não trapaceia, não finge, apenas está lá. 
É isso que me faz voltar,  ficar. 
Por que é, por que está lá. E me chama.
                                                           Lucia D’Acri

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